quinta-feira, 11 de março de 2010

Escolhendo um nome, seria Simplícia.
Escolhendo uma forma de suicídio para uma história, seria no banheiro da universidade. Ela estaria sentada sobre o assento arriado do vaso sanitário, despencando para a lateral da parede direita daquele cubículo. Teria tomado aquela poção que matou o Guto e a Débora em "Alma gêmea" - aquela cujo sintomas são similares ao de um ataque cardíaco silencioso. E, por ser silencioso, ninguém de fora ouviria. Ela estaria dentro do cubículo e, do lado de fora, as mulheres entrariam e sairiam, usariam os demais cubículos, lavarias e secariam suas mãos, depois sairiam, sem que ela fosse notada no último cubículo - aquele iluminado pela janelinha lá em cima. Só então quando chegasse a moça da limpeza é que alguma coisa seria percebida como diferente. A moça lá ficaria por grande tempo e perceberia que a última portinha nunca se abria. Depois de um tempo olhando esquisito, ela bateria na porta perguntando "tá ocupado"? Mas Simplícia não responderia porque já não ouviria. Passado outro tempo, a moça voltaria com uma escadinha dobrável de ferro e veria o cubículo por cima. Daí a falta de resposta se responderia quando a visse sentada sobre o assento arriado do vaso sanitário, despencando para a lateral da parede direita. 
Simplícia, ás vezes, se sentia um cocô. Outras vezes, que todo mundo era um cocô, menos ela. 
Desta vez, o cocô foi ela.