Acabo de ler o segundo gominho do livro do Faustini. Ganhei um do Julio, no dia do lançamento no CCBB. Dias depois, ao iniciar a leitura, uma sensação embaralhada no peito fez com que o livro fosse enfileirado junto aos outros na prateleira. Ontem, ele saltou de volta pra dentro da minha bolsa. Senti vontade de retomá-lo, bem como a decisão de intercalar as obras do C.S. Lewis com outros autores. Guia Afetivo da Periferia alcança o meu físico. Tenho me visto nas narrativas. Identificações viscerais tem até me motivado com relação a vida.
Hoje eu disse pra minha mãe: "Todo mundo devia, pelo menos uma vez na vida, voltar pra casa a pé por não ter o dinheiro pra passagem". Morar em Belford Roxo, não ter dinheiro e a compulsividade de querer abraçar o mundo já me fizeram experimentar tanto da vida, em tão pouco tempo, que faz com que a ponte entre os dois primeiros fatores e o último sejam encaradas com mais vigor e consciência. Digo "tão pouco tempo" da mesma forma que imagino ter chegado atrasada à uma corrida, para a qual, ao final dela, me imponho ter de chegar com o mesmo aproveitamento dos demais participantes.
Há mais ou menos dois anos, no 4º ano do Curso Normal, pareci ter acordado de um sono de 17 anos. O fim de um namoro fez inflar uma sensação de liberdade, que me permitia tempo e desejo de devorar a vida por todas as partes possíveis. Descobri paixões que até então pareciam distantes e passei a me dedicar a cada uma delas. Para além de ter estudado num bom colégio até a 8ª série e da criação cristã, acredito que não tive influência cultural através da minha família. O mundo começou a girar pra mim a partir de conclusões como essa. Daí surgiu a corrida frenética pra conhecer por conta própria tudo aquilo que não me havia sido apresentado.
A realidade revelada no Guia me dá uma coisa aqui no coração.