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"Número dois: estando eu no Rio de Janeiro, onde os raios de Sol, insuportavelmente quentes, bronzeavam as peles de meus conterrâneos na parte externa do prédio em que me encontrava, pensei, logicamente, que seria terminantemente insano sair de casa carregando qualquer tipo de agasalho. Oh! Quanto arrependimento! Quanta saudade da salinha semi-gelada da recepção! Em determinados momentos, vencida pelo frio, quando não tinha mais forças para sustentar minha postura de pessoa saudavelmente lúcida, mantinha-me encolhida, sentada em meu singelo banquinho, abraçada a meu caderno da Branca de Neve. Quando sentia que a circulação de meu sangue gradativamente perdia sua potência, saia do estúdio para respirar e consumir a afetividade que a máquina de café me proporcionava."