As palavras proferidas pelo Ministro da Cultura Juca Ferreira e pela banca formada na tarde do dia 28 de julho, uma terça-feira, no Tênis Clube de Mesquita, obtiveram diversos efeitos sobre as centenas de pessoas ali presentes. Entre elas, representantes da classe artística de toda a baixada, como músicos, grafiteiros e atores, além de moradores atentos ao desenvolvimento cultural do país. O encontro direto realizado, dando oportunidade das ideias, depoimentos e críticas serem expostas, já foi considerado um ganho pela maioria dos participantes. "Só o fato dele ter vindo aqui já é histórico, principalmente em Mesquita. Se fosse no Rio de Janeiro podia ser comum", observa Anderson Barnabé, ator e um dos responsáveis pela Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto, que além dos cursos livres, oferece aulas às crianças matriculadas na integralidade do Bairo-Escola. Para ele, encontros como aquele acontecem comumente no eixo Rio-São Paulo. "Mas ele já circulou por outras localidades fora desse eixo central de produção cultural. Acho muito válido, só mesmo no governo Lula pra acontecer isso", alega ele, enfatizando a urgência da resolução do que acabara de ser discutido no encontro.
"Eu acho que é uma mudança tardia, mas é necessária", lamenta Barnabé, baseado na ausência de contemplações da Lei Rouanet na Baixada, nos seus 18 anos de existência. "A gente nunca foi contemplado com a lei, só 3% da classe artística no país detinham até hoje o direito ao acesso a essa verba", diz ele, quehá 20 anos trabalha com cultura. A urgência defendida pelo ator se dá pelo fato de que o próximo governo é um "terreno desconhecido", portanto, a oportunidade de lutar pelas mudanças da lei devem ser defendida com todas as forças. "A gente não sabe o que vem por aí. E essa discussão pode se esvair e acabar. Então essa lei precisa ser votada esse ano", garante.
É necessário, porém, que haja um fortalecimento da parte do ministro, para que as reformas da lei sejam consolidadas. Para que ela seja votada, elaprecisa ser sancionada, o que exige o apoio popular, como explica Barnabé: "E é isso que ele está fazendo, se fortalecendode forma popular. A lei vai ser votada esse ano, até outubro. Mas só vai poder ser implantada mesmo no ano que vem", diz ele, esperançoso. A mobilização gerada pelo inconformismo é a grande aliada para concretização do que fora prometido. Uma modificação democrática da lei é o que espera e acredita Barnabé. "Eu acho que não tem pra onde fugir", diz, confiante.
"Se as pessoas se deram conta da importância que é essa mudança, vamos conseguir que os pequenos produtores possam utilizar bem essa nova lei", palavras de Dida Nascimento, artista plástico, músico, compositor e grande ícone do movimento cultural na Baixada e do reggae carioca. Após as declarações de Juca Ferreira, ele avalia: "O país é muito grande, eu não acredito muito nos políticos, mas há uma necessidade de mudança". Dida acredita na melhoria que ocorrerá, caso as verbas propostas pela Lei Rouanet sejam realmente repassadas para as entidades, pequenos artistas e produtores culturais. "Na lei anterior, se você tem seu nome na mídia consegue implacar seus projetos mais rápido do que aquele artista que é de uma pequena comunidade. Se essa mudança for possibilitada vai ser muito bom, vamos bater palmas pra isso", declara o músico.
De igual, ou maior, importância é considerada por ele a percepção da população para o que está acontecendo e para a vozque nos está sendo dada. "Temos que conscientizar as pessoas de como utilizar a lei da melhor forma possível", alerta, apoiando o espaço que foi aberto para as falas dos presentes. Representando as inúmeras companhias de teatro de rua, Richard Riguett fez uso dessa oportunidade, defendendo a implantação do vale-cultura, que dará o poder de escolha aos trabalhadores, que são o principal público dessa raificação do teatro. Richard, que dá vida ao palhaço Café Pequeno, lidera a companhia de circo-teatro de rua "Grupo Oficina", sempre fazendo as apresentações sem cobrar ingressos. "A grande base da nossa sustentação é a contribuição individual", diz ele sobre a prática de passar o chapéu ao final de cada performance. "Da mesma forma que ele pode colocar R$10, pode passar o cartão. Agora, esses R$10 reais vão fazer falta no orçamento do trabalhador, através do vale-cultura não. Porque ele tá comprando cultura e tá sendo incentivado a consumir aquilo", explica Richard, que é membro da Rede Brasileira de Teatro de Rua e da Rede Circo do Rio.
Com uma trajetória de 21 anos, o artista afirma que nenhum grupo, que realiza um trabalho como o seu, foi contemplado com a verba destinada à Lei Rouanet. "Dentro das estatísticas do Brasil inteiro, só um ou dois grupos que tem atividades mistas, ou seja, que fazem seu trabalho dentro e fora do teatro, conseguiram captar recursos através da Lei", afirma Richard, recém-chegado do festival "Amazônia em Cena", que aconteceu em Rondônia, reunindo grupos de Roraima, Acre e Amazônas, provando a força da arte que abrange 20 estados do país.
O Fundo Nacional de Cultura é a comissão que avalia os projetos que serão aprovados pela Lei Rouanet, que, para o artista pode ser o fator que mais beneficiará, caso a proposta do vale-cultura seja concretizada. "Se consquistarmos o direito de ter a maquininha para que os trabalhadores, ao invéz de colocarem o dinheiro no chapéu, passem o cartão e tirem a quantia necessária através do vale-cultura, isso vai estar contemplando o nosso segmento", explica Richard, expondo também a situação contrária: "Se não for dessa forma, será um processo de exclusão que o Ministério vai estar fazendo contra nós. Acho que não é o desejo deles, mas nós vamos ter que resolver isso tecnicamente". As questões tecnológicas ainda estão pendentes, mas receberam a garantia de resolusão por conta do Ministro, que terá que articular para que as citadas maquininhas cheguem a todos os grupos, companhias e trupes teatrais do país.
"Se você concorre como grande projeto, aquela pequena comissão pode dizer não a você. Mas aqueles que estão assistindo o seu espetáculo podem dizer sim, e te sustentar", declara Riguett, que esteve o tempo todo atento às colocações de Juca Ferreira, que assumiu o compromisso do vale-cultura. "Ele falou que quer. Eu também quero. Se ele quer e eu quero, quem é que não vai querer?!", diz com o humor circense.
"Eu acho que é uma mudança tardia, mas é necessária", lamenta Barnabé, baseado na ausência de contemplações da Lei Rouanet na Baixada, nos seus 18 anos de existência. "A gente nunca foi contemplado com a lei, só 3% da classe artística no país detinham até hoje o direito ao acesso a essa verba", diz ele, quehá 20 anos trabalha com cultura. A urgência defendida pelo ator se dá pelo fato de que o próximo governo é um "terreno desconhecido", portanto, a oportunidade de lutar pelas mudanças da lei devem ser defendida com todas as forças. "A gente não sabe o que vem por aí. E essa discussão pode se esvair e acabar. Então essa lei precisa ser votada esse ano", garante.
É necessário, porém, que haja um fortalecimento da parte do ministro, para que as reformas da lei sejam consolidadas. Para que ela seja votada, elaprecisa ser sancionada, o que exige o apoio popular, como explica Barnabé: "E é isso que ele está fazendo, se fortalecendode forma popular. A lei vai ser votada esse ano, até outubro. Mas só vai poder ser implantada mesmo no ano que vem", diz ele, esperançoso. A mobilização gerada pelo inconformismo é a grande aliada para concretização do que fora prometido. Uma modificação democrática da lei é o que espera e acredita Barnabé. "Eu acho que não tem pra onde fugir", diz, confiante.
"Se as pessoas se deram conta da importância que é essa mudança, vamos conseguir que os pequenos produtores possam utilizar bem essa nova lei", palavras de Dida Nascimento, artista plástico, músico, compositor e grande ícone do movimento cultural na Baixada e do reggae carioca. Após as declarações de Juca Ferreira, ele avalia: "O país é muito grande, eu não acredito muito nos políticos, mas há uma necessidade de mudança". Dida acredita na melhoria que ocorrerá, caso as verbas propostas pela Lei Rouanet sejam realmente repassadas para as entidades, pequenos artistas e produtores culturais. "Na lei anterior, se você tem seu nome na mídia consegue implacar seus projetos mais rápido do que aquele artista que é de uma pequena comunidade. Se essa mudança for possibilitada vai ser muito bom, vamos bater palmas pra isso", declara o músico.
De igual, ou maior, importância é considerada por ele a percepção da população para o que está acontecendo e para a vozque nos está sendo dada. "Temos que conscientizar as pessoas de como utilizar a lei da melhor forma possível", alerta, apoiando o espaço que foi aberto para as falas dos presentes. Representando as inúmeras companhias de teatro de rua, Richard Riguett fez uso dessa oportunidade, defendendo a implantação do vale-cultura, que dará o poder de escolha aos trabalhadores, que são o principal público dessa raificação do teatro. Richard, que dá vida ao palhaço Café Pequeno, lidera a companhia de circo-teatro de rua "Grupo Oficina", sempre fazendo as apresentações sem cobrar ingressos. "A grande base da nossa sustentação é a contribuição individual", diz ele sobre a prática de passar o chapéu ao final de cada performance. "Da mesma forma que ele pode colocar R$10, pode passar o cartão. Agora, esses R$10 reais vão fazer falta no orçamento do trabalhador, através do vale-cultura não. Porque ele tá comprando cultura e tá sendo incentivado a consumir aquilo", explica Richard, que é membro da Rede Brasileira de Teatro de Rua e da Rede Circo do Rio.
Com uma trajetória de 21 anos, o artista afirma que nenhum grupo, que realiza um trabalho como o seu, foi contemplado com a verba destinada à Lei Rouanet. "Dentro das estatísticas do Brasil inteiro, só um ou dois grupos que tem atividades mistas, ou seja, que fazem seu trabalho dentro e fora do teatro, conseguiram captar recursos através da Lei", afirma Richard, recém-chegado do festival "Amazônia em Cena", que aconteceu em Rondônia, reunindo grupos de Roraima, Acre e Amazônas, provando a força da arte que abrange 20 estados do país.
O Fundo Nacional de Cultura é a comissão que avalia os projetos que serão aprovados pela Lei Rouanet, que, para o artista pode ser o fator que mais beneficiará, caso a proposta do vale-cultura seja concretizada. "Se consquistarmos o direito de ter a maquininha para que os trabalhadores, ao invéz de colocarem o dinheiro no chapéu, passem o cartão e tirem a quantia necessária através do vale-cultura, isso vai estar contemplando o nosso segmento", explica Richard, expondo também a situação contrária: "Se não for dessa forma, será um processo de exclusão que o Ministério vai estar fazendo contra nós. Acho que não é o desejo deles, mas nós vamos ter que resolver isso tecnicamente". As questões tecnológicas ainda estão pendentes, mas receberam a garantia de resolusão por conta do Ministro, que terá que articular para que as citadas maquininhas cheguem a todos os grupos, companhias e trupes teatrais do país.
"Se você concorre como grande projeto, aquela pequena comissão pode dizer não a você. Mas aqueles que estão assistindo o seu espetáculo podem dizer sim, e te sustentar", declara Riguett, que esteve o tempo todo atento às colocações de Juca Ferreira, que assumiu o compromisso do vale-cultura. "Ele falou que quer. Eu também quero. Se ele quer e eu quero, quem é que não vai querer?!", diz com o humor circense.